segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Alarme da Liberdade

Não só do passado vive Anadia. Também em matéria de direitos, liberdades e garantias dos cidadãos Anadia esteve, e está, na linha da frente. Outrora, Abril ofereceu-nos a liberdade, que ainda hoje tem de ser conquistada todos os dias. Contudo, em abono da verdade e embora tal nunca tenha sido divulgado extra muros, é um facto histórico indubitável de que, muitos anos antes de Abril de 1974, já a liberdade tinha saído às ruas, sendo Anadia o único lugar no qual os Três M's (militares, mercenários e maçons) podiam tertuliar e confraternizar em amena cavaqueira. Não surpreende, portanto, contrariamente ao que se ensina nos livros escolares, que a verdadeira senha musical que passou na Emissora Nacional para que se iniciasse o movimento dos capitães, tivesse sido um singelo alarme sonoro (tal qual um som de uma ambulância que transporta a liberdade prestes a dar à luz ), que precedeu as canções “ Depois do Adeus” de Paulo Carvalho e “Grândola, Vila Morena” de José Afonso.
Em sinal de respeito, desde a revolução dos Cravos até hoje, ou seja, há precisamente 35 anos (e não se diga que é uma tortura, porque não é...) todos os Domingos em Anadia, toca o alarme de Abril de 20 em 20 minutos, desde as 9:00h às 23:00h, para que o fascismo não volte mais. Todos os anos milhares de visitantes, afluem a Anadia para ouvir o alarme da liberdade, já conhecido também, nas lides domésticas, como o alarme social. Anadia convida-o.

Clique no Play para disfrutar do alarme da liberdade.

domingo, 26 de abril de 2009

Colunas Visigóticas em Anadia - Exposição permanente no Museu Visigótico de Anadia

Nos princípios do século V (409-411), aproveitando a instabilidade de poder gerada pela decadência do Império Romano, os povos germânicos penetraram na Península Ibérica e aí implantaram reinos de curta duração. De todos os povos que invadiram a Península, os Vândalos e os Visigodos seriam aqueles que teriam uma presença mais duradoura no imenso território que é hoje a Bairrada. Inicialmente, estabeleceram a capital do seu reino em Braga mas cedo se voltaram para a região do grés, motivados, segundo reza a lenda, pelas abundantes "pedradas" preciosas que existiriam no lado poente do Rio Certoma em Mogofores, as quais eram já bastante apreciadas desde a Idade da Pedra. Depois de dominarem Vilariñus Bairrius, chegaram a dominar também parte de Famali Canus, altura em que Silvius, um conhecido chefe das tribos anadienses, liderou uma revolta em luta pela autonomia do reino anadiense, até então dividido entre Vândalos e Visigodos. A partir daí toda a Península Ibérica é conquistada e unificada pelo reino anadiense, que perdurou até à sua queda em 769, altura em que Anadia se vergou à hegemonia do império Literianus.
Durante os anos em que se estabeleceram na Península, os visigodos caracterizaram-se pela imensa influência que receberam da cultura e da mentalidade política romana, criando formas artísticas originais, como o arco de ferradura e a planta cruciforme das igrejas. Aliás é da execução destas actividades (já sob a forma de pequenas industrias artesanais) que advêm as denominações das localidades limítrofes de Arcos e Ferreiros.
Inesperadamente, há cerca de dois anos, entre a Igreja de S. Sebastião e agência local do “BPI”, aquando da construção de mais um edifício sem jeito nenhum, uma das máquinas rectro-escavadoras, deixou a descoberto aquela que seria confirmada mais tarde como uma das maravilhas de Anadia, a qual viria mesmo a ser o porta-estandarte da candidatura de Anadia a património da Humanidade: Vêem a luz do Sol as ruínas de um antigo templo visigótico, com as suas imponentes e luzidias colunas em pedra platinada, que hoje damos conhecimento aos leitores. Imediatamente, e durante mais de dois anos, se iniciaram os trabalhos arqueológicos de escavação e de conservação de tão precioso achado. Felizmente, tivemos a honra de estar presentes na inauguração ao público do Museu Visigótico, o qual naturalmente, tem como ex-libris as colunas visigóticas de Anadia, que, em conjunto com outros monumentos, fazem as delícias da terra.
Sugerimos , uma visita ao local, pelo que divulgamos a todos os interessados os preços praticados. A visita guiada às colunas visigóticas varia entre os 10 € e os 80€, conforme os visitantes queiram ou não tocar nas colunas com as mãos. As crianças até aos 6 meses de idade, desde que devidamente acompanhadas pelos pais, não pagam bilhete. Anadia convida-o.

Vista frontal das belas colunas visigóticas de Anadia





sábado, 18 de abril de 2009

O Primeiro Passo de uma Longa Viagem

Caro leitor,
Finalmente fez-se justiça em Anadia. Hoje nasce um projecto que põe termo a uma lacuna cujo preenchimento era há muito reclamado, não só pelos anadienses mas, acima de tudo, por todos os cidadãos aquém e além fronteiras. Nós portugueses, que orgulhosamente atravessámos oceanos à conquista de novos mundos, incompreensivelmente deixámos esquecido no tempo e omisso nos livros de história, o esplendoroso passado e tudo o que simboliza a expansão anadiense, através das suas valentes gentes. Poetas, navegadores, guerreiros, cavaleiros, chefes da Nação e do Império, pintores, frequentadores de casas de alterne, jurisconsultos, desportistas, músicos, marqueses, especuladores imobiliários, que outrora partiram da ocidental praia alfeoliana, têm oferecido ao longo dos séculos, sangue, suor, e o sal das suas lágrimas em prol de Portugal.
De facto, Anadia deu à luz o próprio Mundo quando aceitou ser o leito de todas as culturas do Tempo Antigo. Não só suevos, visigodos, celtas, romanos, persas e, principalmente Vândalos e alguns malucos, invadiram Anadia a partir do séc. VIII A.C., partilhando as suas culturas, cuja herança hoje desfrutamos em harmoniosa miscegenação. A propósito, curiosamente coincidindo com o inicio deste espaço de estudo histórico-cultural, foi Anadia recentemente nomeada pela UNESCÚ, como candidata a cidade de interesse histórico mundial. Da nossa parte, fica o apelo e a esperança, de que este seja apenas o primeiro passo para um efectivo reconhecimento de Anadia como Património da Humanidade.
Comprometemo-nos honradamente, de que tudo faremos para que este humilde projecto venha ao encontro das expectativas dos nossos leitores, tendo por missão promover e enaltecer o passado , o presente e, sobretudo, o futuro anadiense.
Anadia convida-o !