quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Movimento Inovador em Anadia




Antes de mais, avisamos desde já os nossos leitores que, ao contrário de Anadia, continuamos com vida. Pelo que, aqueles que celebraram efusivamente a nossa ausência, eis que o retorno é inevitável, uma vez que não podíamos ficar indiferentes a mais uma iniciativa de sensibilização levada a cabo pela autarquia anadiense, inserida na vanguarda dos sistemas municipais de resíduos sólidos, sociedade Anadia é referência ímpar. A campanha chama-se “ MANTENHA O PAÍS LIMPO” e visa sensibilizar todos os munícipes de uma forma inovadora, embora um pouco agressiva (mas tem que ser assim!), para a necessidade de manter Anadia menos suja do que o costume. Por essa razão, tem sido espalhados por toda a cidade pequenos aglomerados de informação alusiva ( A.I.A's) à iniciativa.
Esta iniciativa está a ter tanto sucesso que por todo o lado se encontram voluntários a espalhar a mensagem, por todos os cantos e recantos da cidade, onde os A.I.A.'s proliferam, pelo que não se poderia deixar de colocar um A.I.A. em plena praça do Município, para júbilo de todos os transeuntes que por aquele local passam. Aliás, foi a própria força popular dos anadienses que exigiu à autarquia que encaminhasse desde logo o lema “ MANTENHA O PAÍS LIMPO” para Coimbra, Aveiro e Porto, conforme documenta a fotografia, para que todo o pais siga o bonito exemplo de Anadia.

Logótipo da campanha " Mantenha o país limpo"

Aliás, foi a própria força popular dos anadienses que exigiu à autarquia que encaminhasse desde logo o lema “ MANTENHA O PAÍS LIMPO” para Coimbra, Aveiro e Porto...

Junto do local recolhemos o testemunho de um anadiense, que assobiava o tempo inteiro mas que mesmo assim nos cedeu um pouco do seu tempo, dizendo “ Acho muito bem, que esteja aqui este aglomerado! Há pessoas, incultas, que dizem que é lixo. Mas pensar assim é mesquinho e infantil, pois não percebem a bonita mensagem que a autarquia quer transmitir.”

" Acho muito bem, que esteja aqui este aglomerado!"- confessou-nos um popular

Da nossa parte, percebemos tão bem a mensagem que acabámos por também aderir à iniciativa, fazendo este pequeno apontamento demonstrativo de que Anadia efectivamente tem vida para dar, vender e... deitar para o lixo.
Anadia convida-o.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Anadia Inaugura Caixote de Lixo na Praça do Município

Foi com natural júbilo e alegria infinita que os anadienses assistiram, com honras de chefe de Estado, à inauguração do primeiro caixote do lixo no centro de Anadia. A localização escolhida pelo executivo camarário para a localização do caixote do lixo não podia ter sido a mais adequada e a mais acertada, como, aliás, já vem sendo hábito: atendendo à importância que tem para Anadia a existência de um caixote do lixo no centro da cidade (os humildes anadienses nem pedem mais!), o referido caixote ficou estrategicamente colocado bem mesmo no centro da Praça, junto da estátua de José Luciano de Castro (antigo primeiro ministro da monarquia constitucional, eleito pelo Partido Progressista), renegando mesmo para segundo plano o monumento em honra do célebre político.
Em declarações à agência TUSA, fonte da autarquia referiu que “ é uma honra para nós, inaugurarmos um caixote do lixo desta envergadura. Entendemos que será um passo decisivo para o progresso de Anadia e para a preservação do ambiente, higiene e saúde pública de Anadia. Para além disso, temos consciência de que, por não existir nenhuma cantina social nem nenhum canil municipal, este caixote poderá servir os interesses de todos os cães abandonados, que por Anadia vagueiam”.
Anadia orgulha-se, portanto, de mais um monumento à sua altura. Anadia convida-o.



Pormenor do caixote do lixo, mesmo no centro de Anadia, para gáudio dos anadienses.

domingo, 16 de agosto de 2009

Anadia inaugura Parque Infantil Temático/Militar Único na Europa

Foi com algum êxtase e natural emoção que os anadienses assistiram à inauguração do Parque Infantil Temático/Militar de Anadia, infra-estrutura que se apresenta na vanguarda arquitectónica europeia, erguida no entroncamento de duas das principais ruas de Anadia ( Rua Cancela de Abreu e Rua Dr. Adriano Henriques ).
Há muito que a população ansiava pela possibilidade de poder passear e desfrutar com os seus filhos num tão agradável espaço de lazer e de inovadoras actividades lúdicas. A proximidade do realismo é o porta-estandarte deste parque, segundo Literius, “O Demolidor.” De facto, ao contrário de outros parques infantis, onde as criancinhas se limitam a emoções pouco fortes, ou seja, fazem bonequinhos de plasticina, baloiçam, saltam à corda, brincam no escorrega e com arcos (enfim... infantilidades…) neste parque, os pais podem ficar descansados, porque emoção não vai faltar. Se pensa que estamos a falar de um local com actividades radicais ( skates, bicicletas ou escalagem), engana-se. O seu filho seguramente desfrutará, de forma bem diferente, do novo parque, uma vez que lá é possível as crianças preparem-se para a vida, ou pelo menos ( a julgar pelo que assistamos) ao que restará dela.
Este novo projecto, à semelhança da futura destruição do antigo Mercado Municipal, ficou a dever-se à União Europeia, que subsidiou a sua construção através de um fundo comunitário, “Quadro de Referência Estratégica Nacional” (QREN). Tratou-se, como é da praxe em Anadia, de mais um projecto ambicioso, com uma visão futurista, que tem como principal impulsionador a ideia defendida pelos vereadores locais de que “ de pequenino se torce o menino”.
Aliada à vertente lúdica, surge o protocolo assinado com a NATO e com o Ministério da Defesa Nacional, de preparar os de tenra idade, sem métodos invasivos, para um futuro hostil. Ou seja, a criança que, divertindo-se, conseguir escapar ilesa deste parque, ficará automaticamente dispensada do cumprimento do serviço militar, bem como aquelas que, por terem sido vítimas de choques eléctricos ficando com graves lesões corporais, decorrentes das brincadeiras armadilhadas colocadas no Parque Infantil, embora não dispensadas da tropa, apenas exercerão funções administrativas (em teatro de guerra, evidentemente.)
Neste parque infantil nada foi deixado ao acaso, uma vez que, por entre a areia fina e a pouca vegetação do parque (a lembrar o deserto árabe), é possível encontrar várias tomadas eléctricas (qual tal mina anti pessoal a céu aberto) prontas a provocar graves electrocussões nas crianças que por ali passem ou decidam brincar.


No parque infantil várias tomadas eléctricas a céu aberto estão prontas a provocar electrocussões nas criancinhas, que por ali passem ou decidam brincar.


Foto de mais uma mina anti- pessoal colocada estratégicamente no Parque Infantil Temático/Militar de Anadia


Numa numa das árvores do parque infantil, foi deixada uma pequena armadilha, ou seja, um cabo electrico, inteligentemente enrolado, proveniente de um poste de alta tensão, pronto a ser tocado ao mínimo deslize, podendo mesmo provocar a morte das criancinhas.



Também não foi deixado ao acaso, a existência de túnel de treino, na qual as crianças podem escorregar, sem saberem o que lhes espera, como acontece num verdadeiro cenário de guerra. Está, portanto, de parabéns toda a autarquia, por mais uma destas brilhantes iniciativas, oferecendo aos seus munícipes mais um monumento tão peculiar, único no país e em toda a Europa. Anadia convida-o.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Primeira Grande Corrida de Touros em Anadia

O Anadiacomvida tem o prazer de anunciar que foi possível, após longas negociações com as principais ganadarias da Península Ibérica, organizar a Primeira Grande Corrida de Touros de Anadia, com a presença assegurada da ganadaria de S.Bento e com os forcados amadores do Largo do Rato. A organização não olhou a meios para trazer à cidade, após o fracasso da Feira da Vinha e do Vinho, um grande conjunto de furiosos e valentes touros, conforme cartaz exemplarmente elaborado para o evento.
No entanto, a polémica está instalada, uma vez que o conhecido toureiro espanhol El Liño Caiado, já manifestou a sua pretensão em matar o touro em plena praça, o que é manifestamente contra as leis nacionais e contra os próprios princípios da ganadaria de S. Bento.
A corrida terá lugar na praça do Município, pelas 18h00, tendo sido construída um arena improvisada para o efeito. Antes, logo pela manhã, terá lugar o tradicional encierro, ocorrendo a largada dos touros, à semelhança do que aconteceu no Parlamento Nacional, nos Paços do Municipio. Anadia convida-o.

terça-feira, 14 de julho de 2009

TERMALIS LITERIUS - Finalmente aberto ao público !

Coincidindo com o início da nova época termal, e com o finalizar das obras de restauro do antigo Templo Romano (que já desde tempos imemoriais circundava as margens do rio Cértuma, bem junto a Espairiopolis, actual Espairo) abriram finalmente as Termalis Literius, monumento que faz parte do centro histórico da cidade, erguido no sec. I D.C., em homenagem aos grandes feitos do imperador Literius, “O Demolidor”.
A originalidade deste monumento permitiu juntar na mesma construção a técnica anadiense, mundialmente conhecida por técnica dos "dois T's" ( construção templária que incorpora no mesmo espaço um templo e umas termas.)
Anadia foi invadida pelos povos germânicos no séc. V, e foi nesta época que o templo foi destruído; hoje em dia as suas ruínas são uns dos muitos vestígios do antigo fórum romano na cidade. As termas foram incorporadas nas ruínas do templo durante a Idade Média. A sua base, colunas e arquitraves continuaram, contudo, encrustadas nas paredes das termas. Esta utilização da estrutura do templo ajudou assim a preservar as suas ruínas de uma maior destruição. Finalmente, depois de 1871, as adições medievais foram removidas e o trabalho de restauro foi coordenado pelo arquitecto Rui Manjerico, apoiado pelo Eng. Cósmico.
A Termalis Literius ainda está com a sua base completa ( o pódio), feito de blocos de saibro de Alféloas de formato tanto regular, como irregular. O lado Sul costumava ter uma escadaria, agora em ruínas ( tal e qual a escadaria que, estranhamente, desapareceu dos Paços do Concelho).
Felizmente, cerca de vinte colunas ainda estão de pé, com os capitéis de estilo coríntio, erguidos em grés bairradino. Podemos mesmo que só graças ao excelente de conservação das colunas e seus capíteis, é que este monumento foi classificada, juntamente com as colunas visigóticas ( já mencionadas neste roteiro milenar) como património mundial da Unescú. Foi com enorme regozijo que na inauguração esteve presente todo o corpo diplomático da embaixada romena em Portugal, visto serem o povo nómada que há mais de 30 anos tem cuidado religiosamente do templo, e que hoje vê reconhecido, com mérito, a incumbência de gerir durante mais 100 anos ( tal e qual contrato entre o Governo e as Estradas de Portugal, E.P.) a concessão da exploração das Termalis Literius.
Desde o dia da inaguração,calculava-se que já tenha atingido um milhar de utentes e cerca de 40.000 visitantes, curiosos, vândalos e tarados. Anadia convida-o.



Vista Geral do Termalis Literius

domingo, 21 de junho de 2009

Museu Nacional da Indústria da Cerâmica – Que futuro depois do dilúvio?

O nome Bairrada tem a sua origem na constituição do solo desta região, onde predomina o barro e a argila, derivando directamente do latim “barrium” ou do pré-latim “barru”, que muito antes da fundação da nacionalidade, se exportava para toda a Europa Literiana, como aliás, acontece presentemente. Muitos milénios antes dos árabes se estabelecerem na Península, outros povos por aqui estiveram, como os Celtas, os Álamos, Suevos, os Vândalos, Romanos e Gregos, que por aqui permaneceram com muita ou pouca duração. Por essa razão, já a região bairradina devia estar bastante povoada quando aqui chegaram os Árabes.
É ainda o solo argiloso que deu origem à indústria cerâmica com implantação na Bairrada há mais de uma centena de anos. No entanto, os povos que ocuparam a península, muitos antes da reconquista cristã, já fabricavam telha e tijolos, pois em escavações recentemente efectuadas (e até na abertura de poços e alicerces) se têm encontrado vestígios em toda a região.
Em Anadia, a fábrica de cerâmica, constituía um importante valor do património arqueológico em razão pela qual, no âmbito do “Plano Director Municipal de Anadia - Estudos de Caracterização”, a que o Anadiacomvida teve acesso, se propôs a sua aquisição pela autarquia, utilizando-o como futuro Museu Nacional da Industria da Cerâmica.
Em 1994, segundo o mesma fonte, foram elaborados por cientistas, historiadores e críticos de arte e outros especialistas, estudos que contemplavam a Cerâmica de Anadia no património cultural e arqueológico local, pelo que depois da catástrofe de 3 de Outubro de 2008, se coloca a questão de saber se as ruínas da cerâmica de Anadia, devem ou não ser reconstruídas.


Vista Geral das Ruínas da Cerâmica de Anadia, após o Dilúvio

Para quem não se recorde ( ou não se queira recordar – o que contra todos os interesses instalados, até compreendemos...) no dia de 3 de Outubro de 2008, uma grande inundação ocorreu na Rua Adriano Henriques, causada pela agitação das águas dos rios de Álfeolas e Cértoma, por uma elevação anormal do nível de água, causando uma devastação imensa por todo o perímetro que circundava aquele espaço, candidato a futuro Museu Nacional, desde 1994. Felizmente, a devastação não causou vítimas mortais, pese embora, milhares e milhares de corações destroçados permaneçam num saudosismo cultural. Impera hoje, aliás, um estranho sentimento bipartido entre a facção que considera o entulho que resta da cerâmica verdadeiras relíquias a venerar e aquela outra facção que quer ver reconstruído o “templo” da Cerâmica Nacional.
Fontes de informação maldosas ( de verdadeiro escárnio e maldizer ) que não acreditam em fenómenos paranormais mas que, no entanto, crêem piamente que a destruição da Cerâmica de Anadia, afinal não foi causada por um dilúvio no dia 3 de Outubro de 2008, mas sim por um acção concertada e paulatina de máquinas rectroescavadoras que (sabe-se lá de onde...), se encarregaram de destruir sozinhas, aquele belo espaço, pensado até para um futuro Centro de Congressos, inexistente no Concelho de Anadia. Obviamente, que estas teorias não têm qualquer fundamento... Toda a gente viu as águas da Bairrada elevarem-se a uma altura de quase 80 metros, as quais de forma milagrosa, se circunscreveram à área da Cerâmica de Anadia, salvando, contudo, a bela chaminé, ( qual Torre Eiffel ), que, de forma majestosa, impera nos céus de Anadia. Honra seja feita a tal local, que é já objecto de inúmeras romarias, cuja regulamentação turística urge efectuar-se, caso contrário, corremos o risco de todas as pessoas do país terem em sua casa, de forma gratuita, um tijolo evocativo da Cerâmica de Anadia, como objecto de culto.
Visite o local onde ocorreu o dilúvio. Anadia convida-o.


Exemplo de Pedra Típica da Cerâmica de Anadia, que dividiu as opiniões de Anadia ao meio

O Díluvio - Fénomeno normal ou Paranormal ? - ( Imagem gentilmente cedida por peregrino)




quarta-feira, 17 de junho de 2009

Crime contra o património em Anadia

Parece mentira mas o impensável aconteceu. Poucas horas após a inauguração oficial do monumento evocativo do Dia do Eleitor, que tivemos a honra de noticiar na mensagem anterior, um grupo de encapuçados terá destruído a bela estátua da autoria de Zé Anó Nimo, que durante mais de uma dia iluminou o centro da capital anadiense.
Fontes próximas das autoridades competentes, informaram-nos de que já terão sido detidos 3 indivíduos e um automóvel. O veículo foi encontrado abandonado junto à lixeira do entulho municipal de Anadia no alto das Domingas (acima do novo Complexo desportivo) com dois indivíduos, que se encontravam na posse de uma picareta e de um mega maço pneumático. O terceiro suspeito terá sido capturado a cerca de dez quilómetros do entulho municipal, quando seguia a pé, na posse de uma sacola de donativos. A mesma fonte informou o Anadiacomvida de que um possível quarto suspeito ainda se encontra a monte.
O modus operandi criminalis ficou marcado por algo fora do comum (o que demonstra alguma sociopatia) na medida em que, incompreensivelmente, terão despejado lixo (!) junto a tão belo monumento, facto esse que leva as autoridades a pensar tratar-de de alguma organização crimino-entulheira internacional.
Da nossa parte só nos resta desejar que o monumento volte a ser erguido e não continue a estar desnudado de toda a sua imaculada beleza. Anadia convida.
Foto tirada no local do crime

terça-feira, 16 de junho de 2009

Anadia Inaugura estátua evocativa do Dia do Eleitor

Foi inaugurada em Anadia uma estátua evocativa do acto eleitoral de passado dia 7 de Junho, no qual se escolheram os deputados portugueses para o Parlamento Europeu. O monumento é é da autoria do escultor anadiense, Zé Anó Nimo, especialista em trabalhos de moldagem de plástico, que, contra todas as expectativas, num virtuoso esforço, conseguiu terminar a obra atempadamente.
No entanto, insolitamente, só na madrugada de ontem, é que foi possível, colocar a estátua no seu devido lugar. Com efeito, até então, ainda não tinha sido encontrado o local ideal para expor a obra do Artista, uma vez que todo o espaço não ocupado por automóveis e prédios de betão está há muito reservado para o despejo de entulho proveniente de futuras demolições de edifícios e monumentos de interesse histórico de Anadia, demolições essas que, como se sabe, têm como principal impulsionador o Ilustre Demolidor.
Felizmente, na madrugada de ontem, foi encontrado o local para colocar a estátua, bem no centro da cidade, como era, aliás, vontade do povo. Assim, desde ontem e principalmente durante todo o dia de hoje, os munícipes, turistas e todas as autoridades locais puderam desfrutar a seu belo prazer do cenário harmonioso, que é o de encontrar uma escultura desta beleza mesmo em cima da placa evocativa do pai do anterior Código Civil, Visconde de Seabra.
A referida escultura, avaliada já em um milhão de euros, pintada em plástico verde-esmeralda, evoca um jovem recém recenseado a exercer o seu direito/dever de voto, como é aliás, costume em Anadia, terra mãe da democracia.
Não foi por acaso que esta estátua foi inaugurada no decorrer da Feira do Vinho de Anadia, uma vez que cada visitante pode depositar o seu donativo para o Fundo Social de Apoio à Crise, conforme a mesma sugere. Anadia convida-o.

domingo, 17 de maio de 2009

A destruição do Cine-Teatro S. Jorge - Muito Bonito !

Finalmente! Depois de muita insistência dos populares, que receavam que o executivo camarário mandasse restaurar e requalificar (como bem merecia) o belo e centenário Cine-Teatro S. Jorge de Anadia, concretizou-se aquilo que há muito era um sonho de toda colectividade: foi aniquilado o Cine Teatro, para gáudio dos Anadienses que, após muita luta, encontraram na sua demolição a única forma inteligente de vencer as ratazanas, há décadas a viver em harmonia naquele espaço. Com efeito, já no ano passado a população se tinha manifestado em massa nas ruas de Anadia a favor da demolição do Cine Teatro, na esperança de que ali pudesse nascer “um coiso para as crianças brincarem”, ou quiçá, um shopping comercial, na esteia do nosso mais recente património cultural.
Um bem haja à actuação coordenada e eficiente do Gabinete de Acção Social do munícipio, que tomou as devidas precauções sociais, estando já todas as ratazanas realojadas no antigo Matadouro Municipal, também ele património de Anadia. Em relação a este último augura-se que, tal como os restantes, também será aniquilado, igualmente para gáudio de todos os Anadienses, que assim vêem ser cada vez mais possível a concretização do antigo sonho do imperador Literius de ver Anadia reduzida a escombros.
A equipa de reportagem do “Anadia Convida” deslocou-se ao local e conversou com um popular que partilhou connosco um sentimento geral de profunda alegria, por ver o maior símbolo da cultura de Anadia dar lugar a um monte de escombros com vista para a serra. Não podemos, contudo, ficar indiferentes à candura do povo, quando interrogado sobre o que pensa daqueles escombros, os mesmos respondem . “ Bonito!” Muito Bonito.
Anadia convida-o.

Clique no Play para ver a reportagem

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Alarme da Liberdade

Não só do passado vive Anadia. Também em matéria de direitos, liberdades e garantias dos cidadãos Anadia esteve, e está, na linha da frente. Outrora, Abril ofereceu-nos a liberdade, que ainda hoje tem de ser conquistada todos os dias. Contudo, em abono da verdade e embora tal nunca tenha sido divulgado extra muros, é um facto histórico indubitável de que, muitos anos antes de Abril de 1974, já a liberdade tinha saído às ruas, sendo Anadia o único lugar no qual os Três M's (militares, mercenários e maçons) podiam tertuliar e confraternizar em amena cavaqueira. Não surpreende, portanto, contrariamente ao que se ensina nos livros escolares, que a verdadeira senha musical que passou na Emissora Nacional para que se iniciasse o movimento dos capitães, tivesse sido um singelo alarme sonoro (tal qual um som de uma ambulância que transporta a liberdade prestes a dar à luz ), que precedeu as canções “ Depois do Adeus” de Paulo Carvalho e “Grândola, Vila Morena” de José Afonso.
Em sinal de respeito, desde a revolução dos Cravos até hoje, ou seja, há precisamente 35 anos (e não se diga que é uma tortura, porque não é...) todos os Domingos em Anadia, toca o alarme de Abril de 20 em 20 minutos, desde as 9:00h às 23:00h, para que o fascismo não volte mais. Todos os anos milhares de visitantes, afluem a Anadia para ouvir o alarme da liberdade, já conhecido também, nas lides domésticas, como o alarme social. Anadia convida-o.

Clique no Play para disfrutar do alarme da liberdade.

domingo, 26 de abril de 2009

Colunas Visigóticas em Anadia - Exposição permanente no Museu Visigótico de Anadia

Nos princípios do século V (409-411), aproveitando a instabilidade de poder gerada pela decadência do Império Romano, os povos germânicos penetraram na Península Ibérica e aí implantaram reinos de curta duração. De todos os povos que invadiram a Península, os Vândalos e os Visigodos seriam aqueles que teriam uma presença mais duradoura no imenso território que é hoje a Bairrada. Inicialmente, estabeleceram a capital do seu reino em Braga mas cedo se voltaram para a região do grés, motivados, segundo reza a lenda, pelas abundantes "pedradas" preciosas que existiriam no lado poente do Rio Certoma em Mogofores, as quais eram já bastante apreciadas desde a Idade da Pedra. Depois de dominarem Vilariñus Bairrius, chegaram a dominar também parte de Famali Canus, altura em que Silvius, um conhecido chefe das tribos anadienses, liderou uma revolta em luta pela autonomia do reino anadiense, até então dividido entre Vândalos e Visigodos. A partir daí toda a Península Ibérica é conquistada e unificada pelo reino anadiense, que perdurou até à sua queda em 769, altura em que Anadia se vergou à hegemonia do império Literianus.
Durante os anos em que se estabeleceram na Península, os visigodos caracterizaram-se pela imensa influência que receberam da cultura e da mentalidade política romana, criando formas artísticas originais, como o arco de ferradura e a planta cruciforme das igrejas. Aliás é da execução destas actividades (já sob a forma de pequenas industrias artesanais) que advêm as denominações das localidades limítrofes de Arcos e Ferreiros.
Inesperadamente, há cerca de dois anos, entre a Igreja de S. Sebastião e agência local do “BPI”, aquando da construção de mais um edifício sem jeito nenhum, uma das máquinas rectro-escavadoras, deixou a descoberto aquela que seria confirmada mais tarde como uma das maravilhas de Anadia, a qual viria mesmo a ser o porta-estandarte da candidatura de Anadia a património da Humanidade: Vêem a luz do Sol as ruínas de um antigo templo visigótico, com as suas imponentes e luzidias colunas em pedra platinada, que hoje damos conhecimento aos leitores. Imediatamente, e durante mais de dois anos, se iniciaram os trabalhos arqueológicos de escavação e de conservação de tão precioso achado. Felizmente, tivemos a honra de estar presentes na inauguração ao público do Museu Visigótico, o qual naturalmente, tem como ex-libris as colunas visigóticas de Anadia, que, em conjunto com outros monumentos, fazem as delícias da terra.
Sugerimos , uma visita ao local, pelo que divulgamos a todos os interessados os preços praticados. A visita guiada às colunas visigóticas varia entre os 10 € e os 80€, conforme os visitantes queiram ou não tocar nas colunas com as mãos. As crianças até aos 6 meses de idade, desde que devidamente acompanhadas pelos pais, não pagam bilhete. Anadia convida-o.

Vista frontal das belas colunas visigóticas de Anadia





sábado, 18 de abril de 2009

O Primeiro Passo de uma Longa Viagem

Caro leitor,
Finalmente fez-se justiça em Anadia. Hoje nasce um projecto que põe termo a uma lacuna cujo preenchimento era há muito reclamado, não só pelos anadienses mas, acima de tudo, por todos os cidadãos aquém e além fronteiras. Nós portugueses, que orgulhosamente atravessámos oceanos à conquista de novos mundos, incompreensivelmente deixámos esquecido no tempo e omisso nos livros de história, o esplendoroso passado e tudo o que simboliza a expansão anadiense, através das suas valentes gentes. Poetas, navegadores, guerreiros, cavaleiros, chefes da Nação e do Império, pintores, frequentadores de casas de alterne, jurisconsultos, desportistas, músicos, marqueses, especuladores imobiliários, que outrora partiram da ocidental praia alfeoliana, têm oferecido ao longo dos séculos, sangue, suor, e o sal das suas lágrimas em prol de Portugal.
De facto, Anadia deu à luz o próprio Mundo quando aceitou ser o leito de todas as culturas do Tempo Antigo. Não só suevos, visigodos, celtas, romanos, persas e, principalmente Vândalos e alguns malucos, invadiram Anadia a partir do séc. VIII A.C., partilhando as suas culturas, cuja herança hoje desfrutamos em harmoniosa miscegenação. A propósito, curiosamente coincidindo com o inicio deste espaço de estudo histórico-cultural, foi Anadia recentemente nomeada pela UNESCÚ, como candidata a cidade de interesse histórico mundial. Da nossa parte, fica o apelo e a esperança, de que este seja apenas o primeiro passo para um efectivo reconhecimento de Anadia como Património da Humanidade.
Comprometemo-nos honradamente, de que tudo faremos para que este humilde projecto venha ao encontro das expectativas dos nossos leitores, tendo por missão promover e enaltecer o passado , o presente e, sobretudo, o futuro anadiense.
Anadia convida-o !