domingo, 21 de junho de 2009

Museu Nacional da Indústria da Cerâmica – Que futuro depois do dilúvio?

O nome Bairrada tem a sua origem na constituição do solo desta região, onde predomina o barro e a argila, derivando directamente do latim “barrium” ou do pré-latim “barru”, que muito antes da fundação da nacionalidade, se exportava para toda a Europa Literiana, como aliás, acontece presentemente. Muitos milénios antes dos árabes se estabelecerem na Península, outros povos por aqui estiveram, como os Celtas, os Álamos, Suevos, os Vândalos, Romanos e Gregos, que por aqui permaneceram com muita ou pouca duração. Por essa razão, já a região bairradina devia estar bastante povoada quando aqui chegaram os Árabes.
É ainda o solo argiloso que deu origem à indústria cerâmica com implantação na Bairrada há mais de uma centena de anos. No entanto, os povos que ocuparam a península, muitos antes da reconquista cristã, já fabricavam telha e tijolos, pois em escavações recentemente efectuadas (e até na abertura de poços e alicerces) se têm encontrado vestígios em toda a região.
Em Anadia, a fábrica de cerâmica, constituía um importante valor do património arqueológico em razão pela qual, no âmbito do “Plano Director Municipal de Anadia - Estudos de Caracterização”, a que o Anadiacomvida teve acesso, se propôs a sua aquisição pela autarquia, utilizando-o como futuro Museu Nacional da Industria da Cerâmica.
Em 1994, segundo o mesma fonte, foram elaborados por cientistas, historiadores e críticos de arte e outros especialistas, estudos que contemplavam a Cerâmica de Anadia no património cultural e arqueológico local, pelo que depois da catástrofe de 3 de Outubro de 2008, se coloca a questão de saber se as ruínas da cerâmica de Anadia, devem ou não ser reconstruídas.


Vista Geral das Ruínas da Cerâmica de Anadia, após o Dilúvio

Para quem não se recorde ( ou não se queira recordar – o que contra todos os interesses instalados, até compreendemos...) no dia de 3 de Outubro de 2008, uma grande inundação ocorreu na Rua Adriano Henriques, causada pela agitação das águas dos rios de Álfeolas e Cértoma, por uma elevação anormal do nível de água, causando uma devastação imensa por todo o perímetro que circundava aquele espaço, candidato a futuro Museu Nacional, desde 1994. Felizmente, a devastação não causou vítimas mortais, pese embora, milhares e milhares de corações destroçados permaneçam num saudosismo cultural. Impera hoje, aliás, um estranho sentimento bipartido entre a facção que considera o entulho que resta da cerâmica verdadeiras relíquias a venerar e aquela outra facção que quer ver reconstruído o “templo” da Cerâmica Nacional.
Fontes de informação maldosas ( de verdadeiro escárnio e maldizer ) que não acreditam em fenómenos paranormais mas que, no entanto, crêem piamente que a destruição da Cerâmica de Anadia, afinal não foi causada por um dilúvio no dia 3 de Outubro de 2008, mas sim por um acção concertada e paulatina de máquinas rectroescavadoras que (sabe-se lá de onde...), se encarregaram de destruir sozinhas, aquele belo espaço, pensado até para um futuro Centro de Congressos, inexistente no Concelho de Anadia. Obviamente, que estas teorias não têm qualquer fundamento... Toda a gente viu as águas da Bairrada elevarem-se a uma altura de quase 80 metros, as quais de forma milagrosa, se circunscreveram à área da Cerâmica de Anadia, salvando, contudo, a bela chaminé, ( qual Torre Eiffel ), que, de forma majestosa, impera nos céus de Anadia. Honra seja feita a tal local, que é já objecto de inúmeras romarias, cuja regulamentação turística urge efectuar-se, caso contrário, corremos o risco de todas as pessoas do país terem em sua casa, de forma gratuita, um tijolo evocativo da Cerâmica de Anadia, como objecto de culto.
Visite o local onde ocorreu o dilúvio. Anadia convida-o.


Exemplo de Pedra Típica da Cerâmica de Anadia, que dividiu as opiniões de Anadia ao meio

O Díluvio - Fénomeno normal ou Paranormal ? - ( Imagem gentilmente cedida por peregrino)




1 comentário:

Gabriela disse...
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